Às vezes teimam a andar para trás, os tontos! Nós endireitamos, damos corda, mudamos as pilhas todos os santos dias e eles continuam parados. Outras vezes, doidos, caminham para trás como se quisessem alcançar um tempo qualquer passado, um passado qualquer, um número inatingível: pois a seguir ao 12 vem sempre o 1 de novo.
O tempo é tão pequeno quando se debruça pelas horas indeterminadas da tua chegada ou ausência limitada, nos últimos momentos em que te espero.
O tempo passa e o que parecem 48 segundos é na realidade mais que muito tempo. Quem nos manda confiar nosso destino, nosso conceito de tempo, a nossa vida toda confinada a um aparelho que determina o momento? Ele dita o quando esse momento termina, quando se inicia, quando e quanto vale ou não.
Tenho um vermelho em cima da mesa. Com ponteiros barulhentos, que mesmo quando estão parados ele respira um “tac-tac” ruidoso, ameaçando cada segundo de ser mais um segundo vazio. Vazio de tempo? Vazio de momento? Porque passo demasiado tempo a olhar os movimentos, a espera da altura em que eles, por rebeldia, ou simplesmente porque desejam tanto como eu desafiar as lógicas do que é comum, decidam andar para trás. E deixem aquele gosto de voltar a reviver de novo algo já com um determinado sabor, e/ou fazer nascer um novo, quem sabe...
Às vezes teimam em andar para trás, os tontos…
1 comentário:
gosto mais do blog assim, ta + giro e sem musica :P *
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