segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Disse-te Adeus e Morri

Disse-te adeus e morri
E o cais vazio de ti
Aceitou novas marés;
Gritos de búzios perdidos
Roubaram aos meus sentidos
A gaivota que tu és

Gaivota de asas paradas
Que não sente as madrugadas
E acorda á noite, a chorar
Gaivota que faz um ninho
Porque perdeu o caminho
Onde aprendeu a voar

Preso no ventre do mar
O meu triste respirar
Sofre a invenção das horas
Pois na ausência que deixaste
Meu amor, como ficaste
Meu amor, como demoras.

Amália Rodrigues

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