Da Weasel feat Manuel Cruz
Era tudo quando ela me dizia "Bem vindo a casa!" numa voz bem calma.. Acabado de entrar pensava como reconforta a alma... Nunca tão poucas palavras tiveram tanto significado e de repente, era assim do nada, como um ser iluminado.
Tudo fazia sentido, respirar fazia sentido, andar fazia sentido, todo o pequeno pormenor em pensamento perdido. Era isto que realmente importava, não qualquer outro tipo quantificação, não o que se ganhava, não o que diziam de nós... Não! Não! Não!
Um novo carro, uma boa poupança, nem sequer a família ou a tal aliança. Nada, apenas duas palavras, um artigo formavam resposta universal, a minha pedra filosofal. Seguia para dentro do nosso pequeno universo um pouco disperso, pronto, disponível para ser submerso naquele mar de temperatura amena que a minha pequena abria para mim sempre tranquila e serena.
"Bem vindo a casa" dizia quando saía de dentro dela. Bonito paradoxo inventado por aquela dama bela em dias que o tempo parou, gravou, dançou, não tou capaz de ir atrás mas vou porque sou trapalhão, perdi a chave, nem sei o meu caminho... Nestes dias difusos em que ando sozinho, definho à procura de uma casa nova do caixão até à cova, o percurso é duro em toda a linha sempre à prova.
Por isso escrevo na esperança que ela ouça o meu pedido de desculpas, de socorro, de abrigo, não consigo ver uma razão para continuar a viver sem a felicidade do meu lado... Da minha, casa doce casa, já ouviram falar? É o refugio de uma mulher que Deus ousou criar com o simples e único propósito, de me abrigar. Não vejo a hora de voltar lá para dentro, faz frio cá fora! Faz tanto frio cá fora, que eu já, não vejo a hora...
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