quarta-feira, 23 de junho de 2010

Surpresa!

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Os Ponteiros do Relógio

Às vezes teimam a andar para trás, os tontos! Nós endireitamos, damos corda, mudamos as pilhas todos os santos dias e eles continuam parados. Outras vezes, doidos, caminham para trás como se quisessem alcançar um tempo qualquer passado, um passado qualquer, um número inatingível: pois a seguir ao 12 vem sempre o 1 de novo.
O tempo é tão pequeno quando se debruça pelas horas indeterminadas da tua chegada ou ausência limitada, nos últimos momentos em que te espero.
O tempo passa e o que parecem 48 segundos é na realidade mais que muito tempo. Quem nos manda confiar nosso destino, nosso conceito de tempo, a nossa vida toda confinada a um aparelho que determina o momento? Ele dita o quando esse momento termina, quando se inicia, quando e quanto vale ou não.
Tenho um vermelho em cima da mesa. Com ponteiros barulhentos, que mesmo quando estão parados ele respira um “tac-tac” ruidoso, ameaçando cada segundo de ser mais um segundo vazio. Vazio de tempo? Vazio de momento? Porque passo demasiado tempo a olhar os movimentos, a espera da altura em que eles, por rebeldia, ou simplesmente porque desejam tanto como eu desafiar as lógicas do que é comum, decidam andar para trás. E deixem aquele gosto de voltar a reviver de novo algo já com um determinado sabor, e/ou fazer nascer um novo, quem sabe...
Às vezes teimam em andar para trás, os tontos…

terça-feira, 8 de junho de 2010

Música Lenta

Para que tú entres,
a veces de tristeza, el corazón se me abre.

Como una puerta tímida,
para que tú entres, el corazón se me abre.

Pero tú no vienes,
no vuelas más sobre los campos.

En vano mi corazón
a la ventana de su dolor se asoma.
Pasas de largo,
como si el viento
soplase sólo para allá.

Pasa la mañana y no viene la tarde.
Y el corazón se me cierra,
como una mano sin nadie, el corazón se me cierra.

Manuel Scorza