terça-feira, 31 de agosto de 2010

(A)Gosto

Gosto dos contrastes do céu a querer engolir o negro de tudo o que se lhe sobrepõe. Gosto do perfil das árvores que já não se sabem vivas ou sombras. Morre o vermelho e o azul numa neblina que lá longe faz parecer o ar sufocante e irrespirável.
Há beleza inexplicável que cada um "inexplica" à sua maneira. Não tento fazer as coisas bonitas para os outros. Digo-as com a beleza que consomem meus olhos (e a maior parte das vezes nem digo nada e apenas observo).

Há pores-de-sol inesquecíveis e inexplicáveis.


terça-feira, 3 de agosto de 2010

Amanhã

O céu até pode estar bonito de verdade. Lá longe são os tons de laranja e azul e rosa que se esfumam. As luzes ao fundo. As estrelas que na partida parecem maiores. Ainda que o céu possa estar verdadeiramente bonito... Ainda que o silêncio lá fora se demore... Imagino-me perdida no meio do verde das montanhas, deitar-me nele, deixar-me aconchegar por ele e tornar-me nele, criar raízes das que não prendem. Ainda que o céu esteja mesmo muito bonito... Desejo tornar-me pássaro, sem perder a fraca racionalidade que possuo, nem o que me cabe na alma, e voar para um novo lugar, sentir esses ventos que já algures sentiram lábios, beijos, pele, sorrisos e lágrimas, de toda a parte do mundo, e me trespassem as asas para que me sinta pertencente àquele vento também. Ainda que o céu esteja bonito de verdade... Anseio que o de amanhã chegue.