segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Consequências

Que deixem de existir consequências! Pelo bom e pelo mau da coisa, que desapareçam de uma vez!

Tudo era mais bonito por ser o que era se não existisse o conceito de consequentemente. Cada acção se limitaria á acção e ao seu acto e intenção… Afinal as consequências são limitadoras mesmo sendo positivas. Limitadoras de todo o espírito que se emprega em dado momento. Porque sempre pensamos no que vem depois e isso ou limita ou nos impulsiona a fazer algo, a pensar algo, a tomar uma determinada decisão e a beleza simples do momento perde-se no meio de raciocínios paralelos que não ajudam a consciência.

As consequências atrapalham.

Toda a gente se encanta com uma história de amor impossível ou uma luta pela justiça e defesa de ideologias, chora de emoção, reconhece-se a si mesmo em pormenores, deseja participar em partes, que a própria história invada a sua vida tão melancolicamente igual... Quando saltamos para o real, tudo de essa emoção se torna em chatice… “Ora tanto que já me tenho de chatear ainda tenho de ouvir mais coisas? Não, não! A minha vida é assim. Ai as consequências que virão dali? Ai a minha vida tão segura e sossegada? Ai não me aborreças agora com aquilo que queres porque daí virão consequências… Aquilo em que acreditas? Deixa de te chatear com isso, emprega a tua energia noutra coisa, porque nada de positivo virá daí (são as consequências), ah… que falta de conforto!”

As consequências atrapalham.

E todas elas, que desapareçam! Que a bondade continuaria a existir, e de uma forma mais pura. Porque não haveria diferentes interpretações das coisas, não se pensaria que toda a gente tem segundas intenções porque isso não existiria, não haveria segundas ideias na ideia principal. Cada acção era feita com um intuito (de bem ou mal) mas apenas com um… e acreditem que descobriríamos que há mais gente boa que má.

As consequências tiram liberdade. Tiram força de acreditar. Tiram poder de agir contra a força das massas. Tiram os meios e justificam os fins. Consequentemente? Não gosto de consequências…

1 comentário:

Hope disse...

Querias mesmo isso? Um mundo sem consequências? Sem boas nem más?
Que as acções deixassem de ter consequências?
Parece-me péssimo.
Desaparecer com as consequências seria acabar com o conceito de acção em si. Seria acabar com as atitudes, seria acabar com as coisas boas e com as coisas más.
E não descobririas que existe mais gente boa que má, pois não as conseguirias distinguir. Seriam apenas... pessoas. Ou seres... ou então seriam nada. Já que tudo não existiria e o próprio nada era difícil de se compreender, pois o nada também tem as suas consequências.
Confuso, não?
Eu acho... e não gosto.
As consequências dão sabor, dão gosto, dão corpo a tudo o que fazes, sem elas nada farias. "Fazer"? Qual seria o conceito de "fazer"? De "atitude"?
De facto nunca tinha pensado nas consequências de não haver consequências.
A consequência de não te ver é ter saudades tuas...
Se não houvessem más consequências as boas também não eram nada...

Beijinho pequenina....