Aqueles que agiram bem acabam por ser apoiados, por ter um qualquer reconhecimento, e a dor não será a única paga que recebem.
Francesco Alberoni
Todos nós, no decorrer da vida, passamos por momentos em que nos confrontamos com dificuldades assustadoras e impossíveis de prever. São forças que destroem tudo aquilo que conseguimos com anos de esforço e de trabalho. Nessa altura, somos derrubados pela dor e pelo desconforto e sentimos que fomos afectados por uma profunda e abissal injustiça. Vamos conseguir viver, se tivermos um comportamento considerado moralmente aceitável e se, no fundo da nossa alma estivemos convencidos de que, para além das aparências, a sociedade e o mundo em geral possuem uma harmonia subjacente, uma “sensatez” ética. Estamos sempre à espera que exista uma relação entre méritos e recompensas. Aqueles que agiram bem acabam por ser apoiados, por ter um qualquer reconhecimento, e a dor não será a única paga que recebem.
Para isso, perante o “não”, perante a desgraça que nos atinge repentinamente depois de termos agido de forma exemplar, ou quando foram outros que nos derrotaram e que nos traíram, sentimos uma enorme dor moral. Sentimos isso como uma monstruosidade, algo que vai contra as leis da lógica, da justiça e da natureza que deveriam estar na base do cosmos. Ficamos vazios, sem energia, num mundo sem sentido, à mercê de forças irracionais e de malvadezas. E somos derrubados pelo desespero.
É esse o momento da maior tentação, da tentação mais perigosa que consiste em rendermo-nos. A tentação fatal de deixar de sentir, de pensar, de combater.
Como o alpinista que, exausto, se deixa cair na neve e quase adormece quando deve fazer um esforço sobre-humano e continuar a caminhar, se não quiser morrer gelado, se quiser salvar-se. É que, mesmo em caso de insucesso, de uma catástrofe, é quase sempre possível fazer alguma coisa. Basta pensar em todas as pessoas que conseguiram curar-se combatendo as suas doenças.
Quantos cientistas e artistas foram denegridos e depois acabaram por se impor, quantos empresários, depois de terem batido no fundo, criaram novas empresas, quantos políticos derrotados se conseguiram reerguer e vencer…
Perante a catástrofe, nunca devemos entregar-nos ao desespero. Sobretudo quando arrastamos outros connosco. Quando tudo nos parece absurdo, injusto e irracional, temos de reagir com coragem e sermos racionais. Podemos recuar, baixar-nos, e até rastejar no chão para evitar os ataques, mas sempre mantendo intacta a vigilância, a lucidez, a vontade de encontrar um estratagema, um buraco, uma saída. Que existe sempre. Ou então é mais cómodo entregar-se à rotina.
Todos nós, no decorrer da vida, passamos por momentos em que nos confrontamos com dificuldades assustadoras e impossíveis de prever. São forças que destroem tudo aquilo que conseguimos com anos de esforço e de trabalho. Nessa altura, somos derrubados pela dor e pelo desconforto e sentimos que fomos afectados por uma profunda e abissal injustiça. Vamos conseguir viver, se tivermos um comportamento considerado moralmente aceitável e se, no fundo da nossa alma estivemos convencidos de que, para além das aparências, a sociedade e o mundo em geral possuem uma harmonia subjacente, uma “sensatez” ética. Estamos sempre à espera que exista uma relação entre méritos e recompensas. Aqueles que agiram bem acabam por ser apoiados, por ter um qualquer reconhecimento, e a dor não será a única paga que recebem.
Para isso, perante o “não”, perante a desgraça que nos atinge repentinamente depois de termos agido de forma exemplar, ou quando foram outros que nos derrotaram e que nos traíram, sentimos uma enorme dor moral. Sentimos isso como uma monstruosidade, algo que vai contra as leis da lógica, da justiça e da natureza que deveriam estar na base do cosmos. Ficamos vazios, sem energia, num mundo sem sentido, à mercê de forças irracionais e de malvadezas. E somos derrubados pelo desespero.
É esse o momento da maior tentação, da tentação mais perigosa que consiste em rendermo-nos. A tentação fatal de deixar de sentir, de pensar, de combater.
Como o alpinista que, exausto, se deixa cair na neve e quase adormece quando deve fazer um esforço sobre-humano e continuar a caminhar, se não quiser morrer gelado, se quiser salvar-se. É que, mesmo em caso de insucesso, de uma catástrofe, é quase sempre possível fazer alguma coisa. Basta pensar em todas as pessoas que conseguiram curar-se combatendo as suas doenças.
Quantos cientistas e artistas foram denegridos e depois acabaram por se impor, quantos empresários, depois de terem batido no fundo, criaram novas empresas, quantos políticos derrotados se conseguiram reerguer e vencer…
Perante a catástrofe, nunca devemos entregar-nos ao desespero. Sobretudo quando arrastamos outros connosco. Quando tudo nos parece absurdo, injusto e irracional, temos de reagir com coragem e sermos racionais. Podemos recuar, baixar-nos, e até rastejar no chão para evitar os ataques, mas sempre mantendo intacta a vigilância, a lucidez, a vontade de encontrar um estratagema, um buraco, uma saída. Que existe sempre. Ou então é mais cómodo entregar-se à rotina.
1 comentário:
Da derrota ao desespero o passo não é tão pequeno como pode parecer, com alguma "fibra moral" é possível manter a lucidez e controlar os impulsos, impulsos tais que nos podem, esses sim, conduzir à rendição do ser como lutador e à aparição do servo que apenas se limita a existir.
Com calma e lucidez consegue-se sempre escolher, pode-se estar encostado a uma parede com uma espada prestes a penetrar nas nossas entranhas, mas ainda assim podemos sempre decidir se queremos morrer em silêncio ou a gritar. :)
A derrota não é obrigatóriamente uma catástrofe, pode ser apenas o inicio de muitas vitórias, se nunca tiveres perdido dificilmente conseguirás saborear uma vitória.
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